domingo, 30 de novembro de 2008

Conhecer ou não conhecer.. eis a questão.

“É necessário distinguir as árvores das florestas...vista de um helicóptero a floresta parece um tapete, qualquer um que caminhou por uma floresta sabe que ela não parece muito um tapete quando vista do chão”

As pessoas são como as florestas e árvores vista de um helicóptero, quando se conhece alguém, esse conhecimento advém de conclusões baseadas na mera aparência física e na imagem que a própria pessoa projeta, isso é olhar as árvores de cima, no helicóptero, como tapetes. Essas conclusões são mais fáceis de obter, não carece de reflexão, muito menos de análise do outro, ela normalmente é precipitada, e se a opinião sobre o novo conhecido acaba por ai, sai-se pensando o que todo mundo pensa por agir de forma imprudente, ignorando os detalhes.

Conhecer alguém de verdade é uma mistura de intuição e profundas análises, que por vezes nem são demoradas se o foco de conhecê-la for bem determinado, é preciso mergulhar fundo, ir além da aparência... cruzar a sutil fronteira entre fala e atitude, isso leva tempo e é necessária uma convivência além de relatos de outras pessoas que também conhecem aquela que se está observando.

O conhecer de verdade dar trabalho, mas traz saborosos frutos.. Sabe-se quando a pessoa diz não, querendo dizer sim; vai querendo ficar; faz desdém, mas no fundo o desejo está latente e na mente passam vários flashes de como poderia ocorrer aquela mesma cena. Quando se tem uma opinião fundamentada na essência de uma pessoa, as outras que a vêem de forma superficial normalmente ti chamam de louco porque não concordam em nada com que dizes. Isso acontece porque a maioria está mais interessada em saber aonde o novo conhecido trabalha do que quais são os seus sonhos, ou o que realmente o faz feliz, ou porque o novo conhecido tem uma diferença entre a imagem que projeta e quem verdadeiramente é.

Mas essa diferença entre aparência e essência é revelada nos detalhes, que só o tempo permite conhecer, no cuidado que um homem tido como frio tem com sua mãe. No sincero querer transmitido por um abraço meio a uma atitude de não querer, na mensagem mais profunda e transparente de um olhar.

Talvez se uma pessoa, que consegue ver além da aparência, chegasse para alguém com essa diferença entre aparência e essência e falasse suas conclusões, que estão fundamentadas nas entrelinhas do comportamento da pessoa observada, ela ficaria chateada ou diria que você está ficando louco. Uma pena, é que ela não deve parar muito para refletir sobre isso ou se acha muito boa para admitir que não é auto suficiente, enquanto isso.. quem está observando, continua a observar.. sabendo, depois de conhecer de forma mais profunda, quando cada comportamento é verdadeiro e quando não passa de um frágil disfarce.

A diversidade dos modos de comportamento é fascinante, mais deslumbrante ainda é conseguir olhar de um helicóptero os detalhes das árvores, enquanto todos olham um tapete verde.

E você... enxerga a cor das folhas ou as nuances do caule?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008


Pensei antes de escrever o primeiro texto para postar nesse blog.. sobre o que tratar? Vários temas surgiram em minha mente, e eis que decidi deslizar meus dedos sobre o teclado, deixando surgir as palavras...



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Sou fascinada por pessoas, a diversidade e peculiaridade do comportamento humano me encanta, cada uma com seus traços característicos, umas normais.. outras sutilmente envolventes.


O capítulo 3 da primeira parte do livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas” começa assim: Todos os verões vou pescar no Maine. Pessoalmente, sou um apaixonado pelos morangos com creme, mas sei que, por uma estranha razão ,os peixes gostam mais de minhocas. Por isso, quando vou pescar, não penso no que mais me agrada. Penso na predileção dos peixes. Meu primeiro cuidado é não iscar o anzol com morangos com creme.”


Eis o grande segredo de qualquer relacionamento: o respeito às diferenças. Ninguém é igual à outro, se colocarmos alguém que calça 40 para usar um sapato 37 vai caber?. Ai vocês respondem.. oww óbvio que não. E porque raios tentamos enquadrar o outro em nossas concepções? Porque em vez de ficar com raiva, simplesmente não tentamos entender o que realmente aconteceu ou o que está acontecendo? Não..preferimos ficar no nosso canto e tirar nossas conclusões, avaliar a cabeça do outro pela nossa cabeça, dá menos trabalho. Geração acomodada!


Eh.. conhecer de verdade ou tentar entender uma situação pelo ângulo do outro é difícil, dá trabalho, para isso, precisamos sair um pouco de cena e para nós que nos amamos demais essa é uma árdua tarefa. Somos importantes demais para pedir desculpas...“eu quero, mas prefiro esperar ela se manifestar”, opta-se pelo caminho mais fácil e na maioria das vezes o errado, por C-O-M-O-D-I-D-A-D-E, temos preguiça até para sermos felizes.Falta coragem e sobra covardia, mas a culpa não é nossa, mas dos nossos pais que nos criaram assim, ou da sociedade corrupta que vivemos.


E assim vai, se tiramos nota baixa, foi o professor que não soube passar o conteúdo, o namoro terminou? Foi culpa dela que não me entendeu. Não consegui passar na entrevista de emprego? Eu sei que sou bom mesmo, eles que perderam. Perderam nada, o mercado só aceita pessoas com atitude quem não tem será mais um no meio da multidão. Você é responsável por seus atos, já dizia Shakespeare.


Acredito que um relacionamento só é feliz quando eu posso ser eu, você.. você e mesmo com todos os teus defeitos opto por ti. Acredito na liberdade. Ahhh... a liberdade! Ligar quando quiser falar, ver quando tiver saudade, poder dizer que hoje vou jogar basquete sem o outro ficar com raiva, optar por estar junto tendo a liberdade para não estar.


Isso sim é relacionamento, o agir sincero. Mas hoje isso é raro, claro! Para um relacionamento assim são necessárias duas coisas: maturidade e responsabilidade, do gostar nem falo porque na minha concepção ele é peça fundamental em qualquer relacionamento, seja de liberdade ou com manual de procedimentos, assim, um relacionamento livre é algo muito profundo e a maioria não sabe lidar com isso, por isso temos namoros que mais fazem mal que bem, casamentos fracassados, amizades vulneráveis, frágeis laços... tu estais ao meu lado para me fazer feliz, é o teu dever! Em um espaço de deveres e direitos o ambiente é mais propício a um debate que um encontro de almas.


“Sei que a tendência mora nas frechas do decididamente”, canta Marisa Monte. O que tende a acontecer em nossas vidas é a concretização de nossas escolhas, nós somos responsáveis por elas! Se você não sabe que relacionamento quer ter, qualquer um vai servir..assim provavelmente será mais um candidato a um confortável divã.


“Nosso futuro depende de nossas escolhas de hoje” O que você quer para o amanhã?